ATELIÊ DE TEBAS

No sopro de uma estética retrofuturista, este estúdio de criação ganha vida como uma homenagem poética e política ao legado de Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas, o primeiro arquiteto negro do Brasil. O espaço pulsa nas cores verde, mostarda e marrom, e traz elementos preservados do imóvel original, entrelaçando passado e presente com sensibilidade. Croquis e obras de artistas negros completam o cenário, como se Tebas, junto aos seus herdeiros simbólicos, projetasse outros futuros possíveis.

Aqui, a ancestralidade se torna linguagem tangível, estética, política e manifesto de futuro coletivo. O ambiente não apenas preserva materiais e reverencia a arquitetura brasileira, mas reafirma uma memória atravessada por resistência e permanência negra. Cada escolha material e cromática celebra a sua contribuição invisibilizada, resgatada com potência.

Os traços de meados de século dialogam com o retrofuturismo para construir uma obra sensorial, que não apenas contempla, mas convoca. É o presente ressoando com o passado, erguendo um diálogo entre o gesto de Tebas e as novas vozes da arquitetura negra.

Nesse ateliê que é espaço, memória e criação, instala-se uma narrativa de potência coletiva, como se o próprio Tebas estivesse ali, desenhando futuros possíveis ao lado das gerações negras que o sucedem.

Projeto: João Gabriel.

Fotografia: Bia Nauiaki.