Dominique Jardy retrata a fauna e a flora brasileira nas paredes de casas, lojas e hotéis pelo mundo
A beleza da fauna e da flora brasileira fisgou a artista plástica francesa Dominique Jardy, quando conheceu o país no início dos anos 1980. Desde então, ela mora no Rio de Janeiro e seu pincel não parou mais de retratar – lindamente – árvores, pássaros, flores, rios e mares do Brasil.
Das paredes do lendário hotel Belmond Copacabana Palace, passando por lojas da marca Farm, no Rio, Florianópolis, Bodrum, na Turquia, Dubai e em Londres, recentemente, a arte de Dominique chegou à CASACOR SP, na Casa Legado, da arquiteta Carol Miluzzi. Ali, o visitante pôde fazer uma espécie de imersão na mata tropical, pintada em aquarela e digitalizada para o papel de parede. Em tempo: esta semana, o espaço foi eleito pelo público como o segundo melhor ambiente da mostra 2024.
“A gente precisa entender que somos parte da natureza. Por isso, convidamos a Dominique, que é uma artista maravilhosa, e ela topou representar a natureza nas paredes, que abraçasse essa casa. Quando a gente entra no ambiente, nos sentimos acolhidos pela mata”, conta Carol Miluzzi num vídeo em seu perfil do Instagram.
Conexão com a natureza
A artista confessa que tem uma ligação profunda com a natureza, especialmente a brasileira. “Me alimento dessa beleza infinita, tenho cada vez mais desejo de pintá-la, de me aprofundar nela, de me perder nessas matas. Adoro passear pela floresta da Tijuca, no Rio”, revela Dominique.
“Mas não comecei a pintar telas tropicais logo que cheguei ao Brasil; eu ainda não havia desenvolvido esse estilo de composições tropicais. Aconteceu aos poucos”, explica a artista, que trilhou um longo caminho de estudo e prática para chegar até aqui.
Clientes famosos
Ela se formou na escola de pintura Van der Kelen de Bruxelas, na Bélgica, onde recebeu a medalha de ouro. Desde bem jovem, ainda na Europa, teve oportunidade de pintar para grandes decoradores internacionais, como o inglês Geoffrey Bennison e o italiano Emilio Carcano. Sem falar na lista de clientes famosos como o bailarino Rudolf Nureyev, a baronesa Marie Hélène de Rothschild, a princesa Fyrial da Jordânia, entre outros.
“Para Nureyev, em seu apartamento à beira do rio Sena, pintei, no início dos anos 1980, as paredes em uma marchetaria de madeira, muito original, um teto, de uma inspiração um pouco marroquina, e um banheiro, que tinha uma banheira de cobre”, lembra.
Das experiências na Europa, que incluem trabalhos na Itália, onde aprimorou as técnicas de pintura em paredes com artistas que faziam obras maravilhosas, sobretudo em palácios, Dominique foi lapidando sua arte. Desde o início, as pinturas de grandes proporções e executadas diretamente na parede eram seu foco.
“Há lugares que ‘pedem’ a pintura na parede, para ser parte da arquitetura”, pontua. “Porém, tenho usado novos recursos que não exigem que eu trabalhe in loco e rendem excelentes resultados – caso das paredes do espaço na CASACOR SP”, observa.
Dominique desenvolveu um sistema em que pinta uma miniatura, mas não tão pequena, e depois manda fotografar. Em seguida, é feita a ampliação e a impressão em papel de parede. “Mas pinto também sobre lonas enormes, em meu ateliê, e depois são fixadas nas paredes”, conta a artista, que chega a levar três semanas para pintar uma lona/parede de três por quatro metros.