

PÁTIO NINFÉIA
Em meio ao percurso da CASACOR PI, o visitante é acolhido por um gesto simbólico. Um banco vermelho de 13 metros convida à pausa e ao encontro. O Pátio revela-se como uma ode ao tempo desacelerado, onde arquitetura, arte e natureza se entrelaçam para criar uma experiência sensorial e poética em 620 metros quadrados. Ali, nada é apenas decorativo. Tudo serve a um propósito maior de conexão.

O coração do ambiente é o palco inspirado em uma folha de ninféia, que parece flutuar sobre o espelho d’água. O fundo em mosaico artístico, assinado por Fátima Campos, adiciona camadas de cor e textura ao cenário, ampliando a sensação de contemplação. Espelhos estrategicamente posicionados não apenas refletem o verde ao redor como também convidam à autorreflexão. Um jogo entre o interior e o exterior, o visível e o íntimo.


As jardineiras de solo, projetadas como jardins de chuva, revelam uma preocupação com a sustentabilidade e o uso inteligente da água. Cones de barro com nebulizadores criam um microclima fresco ao mesmo tempo em que remetem ao saber ancestral. O pergolado é coberto por uma obra de Isa Moema, que soma arte ao abrigo, enquanto bancos de alvenaria alinhados ao desenho do piso fragmentam versos de um poema que se descobre caminhando.


O resultado é um espaço que transcende a função de passagem e se torna destino. Um jardim contemporâneo com alma de praça e vocação para cinema ao ar livre. No Pátio Ninféia, a arquitetura paisagística vira linguagem e o tempo, enfim, desacelera.
Projeto: Marina Campanhã.
Fotografia: Felipe Petrovsky.