

Hotel Barracuda, quando a arquitetura conversa com a natureza do sul da Bahia
De um lado, as praias; de outro, a Mata Atlântica. Como construir um complexo hoteleiro-residencial em meio à natureza intocada e exuberante de Itacaré sem agredi-la? Esse foi o desafio do arquiteto Eduardo Leite Ribeiro Neto, da U Design, ao ser escalado para o projeto do Barracuda Hotel & Villas.
“Quando se faz uma obra no sul da Bahia, há uma imensa responsabilidade ambiental, porque a mata naquele lugar é muito privilegiada e preservada”, explica Eduardo, que há mais de duas décadas faz projetos nessa região. “Então, o primeiro passo foi envolver um consultor ambiental, que elaborou a planta de restrições ambientais e, a partir daí, definiu-se o projeto.”

Vista aérea do complexo, composto pelo hotel e villas
Ele conta que era fundamental criar uma arquitetura que conversasse com aquela natureza pujante e que não se impusesse. Com essa premissa em mente, o arquiteto determinou que o mais importante seria enfatizar e respeitar a beleza do local, suas vistas maravilhosas, tanto em direção ao mar quanto para a mata intocada.
Visual de encher os olhos
Uma das maiores preocupações foi integrar e tirar partido das paisagens maravilhosas e da ventilação natural. Por isso, os ambientes têm aberturas para todos os lados, por meio de janelas e portas. Os bangalôs são todos abertos em três direções. Sempre com terraços privativos. É uma arquitetura muito fluida.


Uma das villas do Barracuda: janelas e portas para privilegiar a paisagem e a ventilação natural
“Em qualquer lugar onde você esteja, é possível admirar a natureza magnífica. De um lado, o mar. Do outro, a mata. E de outro, os jardins projetados por Sidney Linhares, exclusivamente com vegetação nativa”, afirma Eduardo.
Outro ponto importante era criar uma arquitetura que refletisse os aspectos de contemporaneidade, mas também os valores históricos e culturais da região. “Buscamos uma solução simples, mas ao mesmo tempo sofisticada e subordinada à paisagem. Para isso, usamos materiais naturais trabalhados em tramas, trançados, treliças e pergolados para ter transparências”, observa o arquiteto. “Essas escolhas permitem que a luz, a brisa e a paisagem se integrem à arquitetura.”


Aérea wellness: a luz, a brisa e a paisagem se integram à arquitetura graças às treliças e pergolados
Cotidiano especial
Para equilibrar os ambientes internos e externos, os espaços foram organizados de forma simples. As áreas livres entre as edificações ganharam jardins, espelhos d’água, muros de pedra e de treliças de madeira. A intenção é criar cenários e deixar mais especiais as atividades do cotidiano como comer, descansar, dormir e contemplar.
Eduardo destaca que as soluções arquitetônicas do Hotel Barracuda combinaram as especificidades do uso dos espaços com a tecnologia de construção. “Lançamos mão de materiais e técnicas de construção adotadas pela população local”, ressalta. “Assim, inserimos a comunidade, tanto no processo de construção, como nas futuras manutenções.”


Villas: materiais e técnicas de construção adotadas pela população local
À noite, o projeto de iluminação de Ayrton Pimenta é um capítulo à parte: valoriza a arquitetura do hotel e cria uma atmosfera mágica. “Ele é o papa nessa área; seu trabalho fez com que a arquitetura fosse ficando cada vez mais suave, mais abrandada e mais abraçada pelo ambiente ao redor”, explica Eduardo.
Pureza e simplicidade
Já o projeto dos interiores, assinado por Janice Miguel, coroa a premissa de valorizar a cultura local, artesãos e designers nacionais. Por isso, em todos os ambientes do complexo percebe-se a pureza e a simplicidade das formas e dos materiais.
A exemplo do projeto arquitetônico, a composição dos espaços e a distribuição do mobiliário foi concebida para tirar proveito das vistas e da mata. A curadoria mistura peças executadas por artesãos locais com peças de designers brasileiros consagrados como Sérgio Rodrigues, Carlos Motta e Jader Almeida.
E mais: o uso de diferentes fibras, palhas, sementes e outros elementos naturais conferem uma riqueza de texturas da diversidade brasileira, resultando em ambientes acolhedores e orgânicos. Para completar a decoração dos ambientes foi feita uma seleção criteriosa de objetos de artesãos nacionais e arte indígena de diversas regiões do Brasil.


Living de uma das villas: peças de artesãos locais se misturam a móveis assinados por designers brasileiros renomados como Sérgio Rodrigues
O Eduardo gosta de pontuar que o projeto do Hotel Barracuda é um conjunto hoteleiro e villas residenciais, em que cada villa pode disponibilizar suas suítes independentes para a locação do hotel, com a garantia de que cada suíte oferece a mesma privacidade das unidades do hotel. “Por isso, cada suíte foi projetada em blocos separados, com acessos independentes e as mesmas características de espaço e conforto”, acrescenta.
Já o hotel, que é o centro do empreendimento, possui 17 suítes, restaurante, piscina e spa. E está sendo ampliado para mais 19 suítes, no formato de bangalô. “Cada um terá a sua piscina privativa”, adianta Eduardo. “Essas novas suítes estão viradas para a mata e haverá mais quatro bangalôs construídos nas árvores.” A previsão é de que no verão 26-27 a obra esteja finalizada, reforçando o DNA do projeto que é a fusão do conceito arquitetônico com o conceito Barracuda de receber.
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