ATELIÊ DO CIRURGIÃO

Um espaço sensível onde arquitetura e corpo se entrelaçam em linguagem poética. A proposta reimagina o tradicional consultório clínico, convertendo-o em um santuário de cuidado, escolha e transformação.

O projeto celebra a empatia: aqui, o paciente jamais se vê reduzido a uma cadeira, mas se depara com uma experiência estética onde todo elemento convida ao acolhimento. As superfícies em mármore natural e inox escovado conferem um refinamento discreto, enquanto a pintura velvet e os espelhos orgânicos dissolvem distâncias físicas e emocionais entre quem cuida e quem é cuidado.

A luz, cuidadosamente difusa e contínua, amplia esse gesto de atenção. Ela não busca dramatizar, mas sim ampliar a escuta e a presença sensível, como em um ateliê que reverbera o corpo como matéria-prima e crônica vivida.

Móveis com traço simples, porém orgânico, parecem flutuar no ambiente fluido. A paleta neutra e os volumes arredondados dispensam distrações, convidando a um olhar mais atento ao espaço, ao outro, a si mesmo. A instalação é quase minimalista, mas profundamente humana.

O “ateliê” não é meramente funcional: é poético. Ele tensiona o limite entre arquitetura clínica e espaço artístico, colocando o corpo no centro da cena como escultura viva e em constante transformação. É, sobretudo, um manifesto de arquitetura que semeia empatia no cotidiano.

Fotografia: Referência.

Projeto: Erick Casagrande Arquitetura.