O clássico e o moderno se encontram no Hotel Toriba em Campos do Jordão
No início da década de 1940, quando a elite paulistana não podia viajar à Europa por causa da guerra, as montanhas de Campos de Jordão, no interior de São Paulo, surgiram como alternativa para aproveitar o inverno. E o Hotel Toriba, inaugurado em 1943, era o refúgio perfeito. 80 anos depois, o clássico e o moderno se encontram no primeiro hotel turístico da cidade para manter sua tradicional hospitalidade.
Recentemente, foram construídos novos chalés de vidro suspensos na natureza. Ao mesmo tempo, o Toriba preserva seu projeto original de inspiração suíça e valoriza seu perfil artístico expresso, sobretudo, nos afrescos de Fulvio Pennacchi, que decoram o restaurante, o bar e a sala de chá.
As pinturas são de 1943 e foram restauradas em 2005. No restaurante, estampam uma festa rural focada no churrasco gaúcho; no bar, o tema é uma vindima; e na sala de chá, as imagens retratam as Entradas e Bandeiras. Mas o acervo do Hotel Toriba ainda inclui cerca de 300 itens, entre esculturas, fotografias, pinturas, mobiliários antigos, tapetes orientais e seis pianos de cauda.
O projeto original
Em meio a um enorme parque de 250 hectares pontuado pela típica vegetação da Serra da Mantiqueira, o Hotel Toriba nasceu nas pranchetas do escritório de engenharia Severo Villares (genro e sócio de Ramos de Azevedo, Arnaldo Villares), encomendado pelo empresário Ernesto Diederichsen, da Fazenda Morumbi, e seu genro, Luiz Dumont Villares, da Aços Villares e elevadores Atlas, primo de Arnaldo. A coordenação do projeto ficou a cargo do engenheiro-arquiteto Alfredo Duntuch, polonês e pai da nossa musa inspiradora, Olga Krell.
Desde sua fundação, o Hotel Toriba permaneceu em evolução. Além dos 26 quartos no prédio principal e dos novos chalés, há spa, fazendinha para crianças, sete restaurantes, piscina para adultos, piscina infantil e uma raia de 25 metros, com água aquecida, trilhas, entre muitas outras atrações. Merece destaque, ainda, o Toriba Kids, que abriga o escorregador interno de madeira – existente desde a inauguração.
Em tempo: Alfredo Duntuch, o arquiteto do Toriba, era pai de Olga Krell, a criadora das revistas Claudia e Casa Claudia e nossa inspiração para a Revista Olga. Bobby Krell, neto de Alfredo, lembra que seu avô criou o escorregador, que termina no parquinho, pensando em sua filha Olga e nas crianças que poderiam brincar enquanto seus pais faziam o check in.
Banho de floresta
Quem se hospeda em um dos novos chalés experimenta um verdadeiro banho de floresta. Chamados de Ninhos de Vidro, têm vista panorâmica e projeto sustentável com grande aproveitamento de luz natural, preservação total da floresta, além de ter aquecimento por biomassa.
Cada unidade, projetada pelo arquiteto e sócio-diretor do Hotel Toriba, Aref Farkouh, recebeu o nome de um pássaro da região: Beija-flor, Sábia-laranjeira, Cegonha e Coruja. O designer de interiores Júlio Rosa desenvolveu um projeto único de decoração para cada chalé, com mobiliário brasileiro e composições de ambientes com design limpo e elegante.
Os chalés Beija-flor e Sábia-laranjeira, em estilo arrojado e contemporâneo, são construídos em aço e vidro a 10 metros do solo, integram a copa das árvores aos cômodos, e contam com jardim privativo situado na parte superior.
Chalé Beija-flor
O Beija-flor tem três ambientes: quarto, sala de banho e varanda.
Ao centro fica o quarto, com piso aquecido e lareira em aço Corten, que criam atmosfera rústica, porém requintada, revisitando o estilo das montanhas com uma concepção atual.
O projeto de interiores traz poltronas em couro e uma mesa escultural do designer Paulo Alves, que podem ser utilizadas para as refeições. Na ponta da estrutura está a varanda transparente, em vidros que se abrem para o bosque. Na sala de banho, com banheira em air massagem e cromoterapia, um grande vão de iluminação traz a natureza para dentro, promovendo acolhimento e bem-estar.
Chalé Sabiá-laranjeira
O Sabiá-laranjeira tem predominância de tons de verde e é constituído por dois ambientes. Seu ponto alto é o impactante hall externo, com portas pivotantes do chão ao teto. Nesse chalé, a sala de banho também tem uma grande abertura em vidro que leva a natureza para seu interior. A bancada é em mármore branco com cestarias verdes; seu piso e toalheiros são aquecidos.
A sala conta com lareira em aço e móveis vintage do acervo do Hotel Toriba. Em madeiras claras, o mobiliário é emoldurado por diferentes verdes dos tecidos das paredes. A integração da sala com o quarto é estratégica, projetada para manter a privacidade dos hóspedes.
Chalés Cegonha e Coruja
O chalé Cegonha tem duas suítes com banheira de hidromassagem localizadas nas extremidades do espaço. Ao centro, uma ampla sala composta por dois ambientes, sendo um de estar com uma lareira suspensa em aço corten e sofás em couro. Do outro lado, uma sala de jantar com a mesa redonda criada pelo Designer Paulo Alves.
O chalé Coruja tem ampla área íntima, com uma suíte com banheira de air massagem integrada ao closet. A cama e o estar são emoldurados por um grande mural de Fatima Morais. Uma pequena sala de refeições para duas pessoas com mesa, também feita pelo designer Paulo Alves, fica em frente a uma varanda toda envidraçada. Curiosidade: os chalés Cegonha e Coruja podem ser integrados por uma escada de aço.
Confira a galeria com mais imagens que contam a história do Hotel Toriba: