Salão Rio de Interiores expõe novidades e discute design, mobiliário e colecionismo

A segunda edição do Salão Rio de Interiores, que aconteceu entre 6 e 8 de agosto, reuniu arquitetos, designers de interiores, paisagistas, empresas e instituições setoriais para debater e refletir sobre design, mobiliário e colecionismo. O evento contou também com uma área de exposição, com novidades do setor. 

Promovido pela AsBEA-RJ (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) e pelo IAB-RJ (Instituto de Arquitetos do Brasil), o 2º Salão Rio registrou a participação de mais de 1400 pessoas, durante os três dias na sede do IAB-RJ. 

A partir do tema Inteligências: ancestral, artificial e colaborativa, a programação enfocou assuntos como IA – Inteligência Artificial – e BIM – Modelagem de Informação da Construção –, neuroarquitetura, sustentabilidade, mobiliário brasileiro, marcenaria, iluminação, paisagismo, entre outros. 

Debates e mesas-redondas do 2º Salão Rio de Interiores abordaram temas como inteligência artificial, sustentabilidade e colecionismo
Debates e mesas-redondas do 2º Salão Rio de Interiores abordaram temas como inteligência artificial, sustentabilidade e colecionismo

No painel Colecionismo, comandado pela jornalista Livia Breves e o gestorcultural e fundador da A.ponte Cultech Fábio Szwarcwald, o arquiteto e colecionador Chicô Gouvêa contou sua história de colecionador que começou na infância. Sua primeira coleção, de soldadinhos de chumbo, tem mais de 3 mil bonecos. Ao longo dos anos, o arquiteto reuniu diversas temáticas, mas agora se diz satisfeito com a única coleção ativa – e uma das mais antigas: do personagem Tintim.

Fábio Szwarcwald, Chicô Gouvêa e Livia Breves, no painel sobre Colecionismo
Fábio Szwarcwald, Chicô Gouvêa e Livia Breves, no painel sobre Colecionismo

Usando o exemplo dos bonequinhos de chumbo de Chicô, Fábio pontuou que colecionar é o ato de agrupar objetos de valor subjetivo. “O colecionismo fala muito dos desejos e de como as pessoas querem ser representadas nessa vida”, afirma. 

Depois de passar pelo mercado financeiro, Fábio começou a comprar algumas obras por gosto pessoal. No entanto, com o tempo e o convívio com a arte, revela que agora aposta em novos artistas no início de carreira ou sem galeria. “Se 10% da minha coleção der certo, já valeu o restante do meu investimento”, pondera.

Ancestralidade

Na mesa-redonda Marcenarias, com a condução de Marcela Abla e Gisele Taranto – curadoras responsáveis pela programação dos eventos do Salão –, o arquiteto e urbanista Ivo Mairene, sócio fundador do escritório Mareines Arquitetura, e o artista visual e designer Rodrigo Calixto abordaram o uso da madeira como matéria-prima sustentável por suas características naturais e aspectos ancestrais. 

Para Calixto é curioso pensar que a madeira esteve presente em toda a história, inclusive na formação do Brasil. “Nossa relação com ela é extrativista, mas é um material renovável. Somos o único país do mundo nomeado por causa de uma árvore, o pau-brasil, então a madeira é parte da brasilidade”, ressalta.

Mobiliário Brasileiro

Outra mesa-redonda abordou o mobiliário brasileiro na qual Fernando Mendes, designer, arquiteto e marceneiro, homenageou duas grandes fontes de inspiração: Santos Dumont, que considera um dos maiores gênios da humanidade, mestre na arte do design quando esse termo nem existia; e Sergio Rodrigues, grande referência em sua trajetória. 

Com a mediação do jornalista Sérgio Zobaran e a participação de Andrea Fasanello, da Ricardo Fasanello Design, a reflexão sobre diferentes processos criativos e de confecção esteve entre os destaques do debate. 

Nuances

A Influência das Cores no Design levou ao palco duas apaixonadas pelo tema: Ana Adriano, presidente da ABD (Associação Brasileira de Designers de Interiores), e a arquiteta e apresentadora do GNT, Leila Bittencourt, com mediação da jornalista Simone Raitzik. Para Ana, muitas pessoas têm dificuldade em colocar cores em casa e acabam aplicando de forma errônea. “A utilização da cor pode modificar a percepção do mesmo espaço, por isso precisa ser pensada dentro de suas emoções para atuar de forma mais funcional, prática e saudável”, explica.

Leila afirma que o real encantamento pelas cores se deu quando conheceu o estudo realizado para as marcas de tintas definirem a cor do ano. Apresentando diversos projetos que extrapolam a mistura de tons e proporção de cores, ela garante que não existe “o que pode ou não pode”. Tudo depende da personalidade das casas e seus moradores. Além disso, a inteligência artificial pode ser uma aliada para testar os tons em projetos e diferentes estilos de arquitetura.

Cortinas, mobiliário, tapetes e muito mais 

Além dos debates e mesas-redondas, os visitantes do Salão Rio de Interiores puderam conhecer muitas novidades em mobiliário, objetos de decoração e até mesmo em revestimentos. Confira! 

Feira Rosenbaum apresentou trabalhos artesanais de todo o Brasil
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Madeiras de manejo sustentável da CRAS Madeira em aplicações múltiplas: do piso à parede e mobiliários
Madeiras de manejo sustentável da CRAS Madeira em aplicações múltiplas: do piso à parede e mobiliários 
Estande da Galeria Hathi que exibiu materiais têxteis para a produção de tapetes
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Fotos: Miguel Sá/Divulgação